Segundo boletim divulgado pela CILeite em parceria com a Embrapa, o mês de março foi de elevação de preços para os lácteos no mercado atacadista. A alta no preço internacional, somada à desvalorização cambial, menor importação e início da entressafra no Brasil sustentaram este movimento. No entanto, o momento é delicado devido à demanda, que sofre com perda de renda, alto desemprego e redução no poder de compra pela alta generalizada dos preços. De todo modo, essa elevação no mercado spot e no atacado para o leite UHT e o leite em pó, foi importante para alguma recuperação de margem no setor. Isso abre espaço para alta também ao produtor, bastante prejudicado pelo aumento do custo de produção. Já o mercado de muçarela segue fraco, impactado pelo fechamento do comércio e do foodservice.
Projeções dos Conseleites divergem sobre a tendência de preços para abril
As indicações dos Conseleites, considerando os preços do leite ao produtor em abril, mostram divergências. Enquanto Minas Gerais e Rio Grande do Sul projetam pequenas quedas de 0,7%, Paraná e Santa Catarina sinalizam alta acima de 2%. Vale lembrar que o preço ao produtor fechou o mês de março cotado a R$1,938/litro, mostrando uma queda de R$0,19/litro entre dezembro de 2020 e março de 2021.
Leite ao produtor
Farelo de soja recua com o avanço da colheita, mas milho continua subindo
O avanço na colheita da soja nas últimas semanas e as indicações de uma boa safra exerceram pressão de baixa nas cotações ao longo de março, com queda de 18% sobre fevereiro. Já no caso do milho, o mercado ainda segue com maior incerteza devido ao atraso no plantio e atenção ao clima para desenvolvimento da safrinha. Os preços continuam subindo mesmo com a colheita da safra de verão. No mercado bovino, tanto a arroba do boi quanto o bezerro seguem em valorização, refletindo a baixa oferta de animais. A desvalorização do real frente ao dólar também tem ajudado nas exportações. Por outro lado, a demanda no mercado brasileiro segue mais fraca e a piora do cenário econômico tem refletido em menores projeções para o crescimento do PIB em 2021.