por Magistech | mar 13, 2017 | Uncategorized
Após registrar perdas em função dos custos elevados, os pecuaristas de Minas Gerais começam a recuperar a margem de lucro com a atividade. Em fevereiro, os custos da produção de leite recuaram, enquanto os preços recebidos pelo produto cresceram. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em fevereiro, referente à produção entregue em janeiro, foi verificada alta de 1,49% no preço líquido do leite, que foi negociado a R$ 1,23 por litro na média estadual. A tendência é de novas valorizações, que serão sustentadas pela menor oferta.
Em Minas Gerais, os dados do Cepea mostram que o valor médio bruto do litro de leite chegou a R$ 1,34, alta de 1,34% frente ao valor praticado em janeiro. No período foi verificada queda de 2,47% na captação de leite estadual. Na média Brasil, houve queda de 3,69% no Índice de Captação de Leite do Cepea (Icap-L).
Segundo pesquisadores do Cepea, as reações nos preços do leite estão atreladas, principalmente, à menor oferta. A queda dos investimentos na atividade leiteira – reforma e manutenção das pastagens, compra de animais, medicamentos – contribuíram para a diminuição da disponibilidade do produto. O típico aquecimento do consumo com o retorno das aulas também sustentou a valorização do preço do leite.
De acordo com a zootecnista e analista de mercados da Scot Consultoria, Juliana Pila, o cenário para a produção de leite está mais favorável em 2017.
“Tivemos, em fevereiro, uma queda de 0,9% nos custos de produção de leite, quando comparados com janeiro. Esta queda é decorrente da redução dos custos com concentrados proteicos, fertilizantes e combustíveis. A previsão de uma safra maior de soja e de milho é um dos motivos que promoveram a queda nos custos, já que os preços tanto do milho quanto da soja estão menores”, explicou.
Investimentos – Com os custos menores, a tendência é que os produtores recuperem a margem de lucro e retomem investimentos que foram suspensos em 2016. Segundo Juliana, 2016 foi um ano difícil para a pecuária de leite. No período, apesar da valorização dos preços, as margens foram comprometidas pelos custos muito mais elevados. Este fator fez com que os investimentos fossem suspensos.
“A expectativa para 2017 é que ocorra recuperação de parte do prejuízo acumulado no ano passado e que o produtor volte a investir em formas de ter um retorno rápido, como na melhoria da alimentação do rebanho, por exemplo. Os investimentos maiores, como a aquisição de novos animais, não devem acontecer de forma expressiva”.
Com as expectativas positivas, a tendência é que a produção de leite retome, ainda que lentamente, o crescimento neste ano, interrompendo a série de dois anos de captação menor.
Preços – Ao longo de fevereiro, foi verificada alta nos preços do leite em todas as regiões de Minas Gerais. A maior valorização foi registrada nas regiões Sul e Sudeste. No período, o produtor recebeu R$ 1,37 por litro de leite, na média bruta, valorização de 3,99% sobre janeiro.
Alta significativa também foi registrada na Zona da Mata. O litro de leite foi negociado a R$ 1,25, aumento de 2,19% no valor bruto. No Vale do Rio Doce, o pecuarista recebeu 2% a mais na negociação do leite, com o litro avaliado em R$ 1,28.
O litro de leite foi negociado na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) a R$ 1,29, valorização de 1,2% frente ao preço praticado em janeiro. No Triângulo e Alto Paranaíba o produtor recebeu R$ 1,39 pelo litro de leite, alta de 0,17%.
Para março, a expectativa é que os preços do leite sigam em alta, impulsionados pela oferta restrita de matéria-prima e pela recuperação gradativa da demanda. Dos laticínios e cooperativas entrevistados pelo Cepea, 58,5% apostam em nova valorização do leite no próximo mês, enquanto 38,5% acreditam em estabilidade. Apenas 3,1% dos colaboradores consultados esperam queda nos valores.
De acordo com os pesquisadores do Cepea, o início da entressafra do produto, esperada para março e abril, irão sustentar os preços, mas a tendência é que a alta não seja muito expressiva como a verificada em igual período do ano anterior. Isso porque os menores custos, influenciados principalmente pela desvalorização dos concentrados, podem estimular produtores de leite a aumentar a quantidade de ração fornecida aos animais, elevando o volume de leite produzido.
por Magistech | mar 8, 2017 | Uncategorized
Na semana passada, o blog Milk Point de Portugal publicou o resultado de uma enquete com produtores de leite daquele país. A pergunta era simples: qual será o seu principal investimento em 2017? Entre as opções de resposta estavam alimentação, instalações, reprodução, pessoal e área/terrenos. Como resultado, 31% dos participantes apontaram as instalações como principal destino dos investimentos deste ano. Em segundo lugar, com 19%, estava a reprodução.
Embora o contexto do mercado português seja diferente do brasileiro, acredito que se fizéssemos a mesma pergunta por aqui a resposta seria muito parecida. A ideia de modernizar as instalações, adquirindo equipamentos e infraestrutura de ponta, é sempre sedutora. Porém, na prática, sabemos que apenas esse investimento não basta para colocar a fazenda no caminho do sucesso. De que adiantam instalações modernas, caríssimas, se não temos boas práticas de gestão consolidadas na fazenda?
Para tornar a produção de leite um negócio cada vez mais rentável, é preciso que os produtores transformem a evolução da gestão em uma prioridade das fazendas, inclusive no que diz respeito aos investimentos planejados. Além da melhoria contínua do fluxo de trabalho, que amplia a produtividade, uma gestão bem estruturada permite, entre outros benefícios, identificar as reais necessidades de investimento.
Isso significa que, ao desenvolver a mentalidade gerencial, o produtor começa a questionar o impacto de cada centavo investido na produção. Será mesmo que você precisa de uma ordenhadeira de última geração para ter mais leite no tanque? Às vezes, um investimento muito menor, focado no treinamento e no engajamento dos empregados, por exemplo, tem potencial para gerar resultados produtivos bem mais expressivos.
Não à toa, as fazendas de maior sucesso no Brasil — e provavelmente também em Portugal e em qualquer outro país — são aquelas que encaram sistemas e práticas de gestão como um investimento tão ou mais importante que qualquer outro. Afinal, ao contrário de muitos destinos que os recursos podem ter, a gestão tem retorno garantido.
Artigo criado pelo Prof. Dr. Paulo Machado, Diretor da Clínica do Leite e professor da Esalq/USP. Titular em Bovinocultura de Leite, com 43 anos de experiência em gestão de fazendas.
por Magistech | fev 24, 2017 | Uncategorized
Os pecuaristas de médio porte serão beneficiados com o novo convênio a ser firmado entre a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e a Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer). A ideia é que os técnicos que prestam assistência no campo alinhem os projetos à linha de crédito rural voltada para os médios para a aquisição de touros melhoradores. Com isso, haverá maior estímulo para que os pecuaristas participem mais do Programa de Melhoria da Qualidade Genética do Rebanho Bovino do Estado de Minas Gerais (Pró-Genética).
A assinatura do convênio entre as entidades deve acontecer em abril, durante a Exposição Internacional das Raças Zebuínas (ExpoZebu). De acordo com o diretor da ABCZ e diretor do Pró- Genética, Rivaldo Machado Borges Júnior, o projeto, desenvolvido em conjunto com a Asbraer, tem o objetivo de ampliar a participação dos pecuaristas de médio porte no projeto de melhoria genética.
No Estado, a ideia é que os técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) aliem os projetos técnicos ao Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp).
Ao fazer os projetos, os extensionistas avaliam a produção e, conforme o objetivo dos pecuaristas, definem as principais características que os touros melhoradores precisam ter para potencializar a atividade, seja de corte ou de leite. O auxílio é considerado fundamental para a escolha do melhor animal.
“Os médios produtores já participam das feiras do Pró-Genética, mas queremos estimular o uso do Pronamp para a compra de animais, como já é feito pelos pecuaristas de pequeno porte através do Pronaf. A linha de crédito tem juros mais baixos que os praticados no mercado. Por isso, atenderá melhor os produtores. Nós achamos que o programa terá maior abrangência, já que mais pessoas terão oportunidade de participar com a linha de crédito disponível para a compra de animais”.
A expectativa é que o projeto atinja pelo menos 500 mil produtores em todo País. Os resultados esperados com os investimentos na melhoria genética do rebanho são o ganho em produtividade nas fazendas, melhor aproveitamento dos recursos, redução de custos e produtos finais de melhor qualidade.
Criado em 2006, o programa Pró-Genética vem contribuindo para a evolução da pecuária de leite e de corte em Minas Gerais. O projeto disponibiliza, a preços acessíveis, touros melhoradores, permitindo que os rebanhos tenham melhor qualidade genética.
Em Minas Gerais, o Pró-Genética comercializou 1.340 touros em 2016, volume 80% maior que o registrado em 2015. O programa foi criado pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e pela Secretária de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). O projeto é desenvolvido em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG), com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), sindicatos rurais e a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg).