Sistema de Gestão Industrial: quais são as vantagens

Sistema de Gestão Industrial: quais são as vantagens

Um sistema de gestão industrial é importante para uma boa gestão e produtividade, já que apresentam um alto fluxo de informações e processos diários.

Indicado para negócios de qualquer porte, essa solução serve de apoio às tomadas de decisão e controle das atividades, atendendo às necessidades específicas do segmento. 

A indústria é um setor do mercado altamente competitivo e dinâmico por natureza. As empresas respiram inovação.

Por isso, é importante que as indústrias integrem seus processos, de forma que otimizem a eficiência das operações, diminuam custos, aumentem o número de vendas e sua margem de lucros.

Porém, é claro, o mais importante para se destacar e crescer nesse mercado é a capacidade da empresa de tomar decisões precisas, bem informadas e estratégicas.

Por isso, ter um ERP industrial na empresa é essencial.

Aqui, vamos te explicar as características e mostrar a importância de um ERP nas empresas industriais para o sucesso da gestão. Acompanhe o texto que preparamos e saiba mais!

O que é um ERP para indústria?

ERP significa Enterprise Resource Planning. Esse sistema integra todos os principais processos de um negócio em um banco de dados, conectando a empresa.

Na prática, o ERP funciona como um suíte integrada de aplicações para o seu negócio. Seus recursos compartilham os mesmos modelos de dados, cobrindo de ponta a ponta os processos operacionais e administrativos.

Desse modo, o sistema unifica seus processos corporativos (contabilidade, gestão de pedidos, finanças, vendas, entre outros), torna mais transparente, simples e fácil o controle da empresa e melhora a tomada de decisão.

No entanto, no contexto deste setor, o ERP para indústria pode ser encarado de maneira distinta.

O ERP industrial é um sistema de gestão que capacita a gestão do chão de fábrica, ao mesmo tempo que transforma o processo de manufatura.

Entre suas principais características, um ERP para indústria deve oferecer:

Controle de Produção

A indústria precisa de uma solução que ofereça recursos além da “gestão de ponta a ponta”.

É necessário ter o poder de controlar e visualizar, em tempo real, o chão de fábrica e suas entregas.

Desse modo, é possível controlar o cronograma de entregas com maior precisão e avaliar os investimentos em equipe, maquinário e insumos.

Alinhamento entre as áreas

O ERP industrial deve ser um dos pilares por trás dos esforços em evitar retrabalhos no chão de fábrica.

Sem a integração de setores e de dados, essa é uma realidade: muitas vezes, seus funcionários tiram informações do sistema, apenas para inseri-las de volta em uma etapa posterior do processo.

Com um ERP para indústria eficiente, você não precisa fazer isso.

Pelo contrário, ele deve fornecer as amarras para que você unifique a gestão da empresa, dos processos e setores, conectando informações.

Flexibilidade

O ERP industrial deve fornecer recursos que potencializem sua flexibilidade operacional.

Ou seja: que permitam que você mude as estratégias — e seus indicadores de desempenho — conforme necessário.

Assim, sua operação e seu processo de análise não fica preso aos mesmos KPIs, vez após outra.

Ao contrário, o ERP para indústria deve empoderar você, o gestor, a decidir o que é importante para a empresa, ao mesmo tempo em que fornece as informações e insights para contribuir na leitura de tendências.

É uma característica única, que dá mais poder de ação para as grandes empresas, mas também reforça as pequenas e médias corporações, orientando-os para o caminho do lucro.

Qual  o objetivo do ERP?

Desde os anos 90, o setor industrial vem passando por uma enorme reformulação.

O avanço tecnológico, as mudanças no comportamento dos consumidores e a consolidação de movimentos como a Indústria 4.0 mostram isso.

Por isso, cada vez mais as práticas de produção aplicadas no chão de fábrica estimulam a mobilidade da informação e buscam aumentar a produtividade.

O grande problema é centralizar as informações, para que esses objetivos sejam alcançados. Esse é o papel do ERP para indústria.

Com a solução, os funcionários conseguem trabalhar de maneira colaborativa, guiados por dados assertivos sobre cada projeto e suas mínimas execuções.

Em suma, o objetivo do ERP industrial é capacitar a gestão de processos, possibilitando uma visão 360 graus de toda organização.

Com isso, é possível buscar uma operação cada vez mais bem-sucedida.

Não à toa, de acordo com o Selecthub, 88% das empresas consideram que a implementação de um ERP as ajudou a atingir suas metas.

Qual é a importância do ERP para a rotina de uma indústria?

Um sistema ERP para indústria pode gerenciar todos os aspectos de seu fluxo de trabalho.

Assim, tarefas antes complexas, como o controle de estoque, podem ser feitas com apenas alguns cliques.

E não falamos apenas do chão de fábrica, cujas tarefas são completamente integradas no sistema — possibilitando a análise de entregas, performance, erros e oportunidades de melhoria.

O ERP industrial também incorpora funcionalidades administrativas importantes, como a contabilidade.

Esse setor figura no centro do sistema, de modo que todas as ações tenham reflexos diretos nas posteriores análises e projeções a serem feitas.

O design modular dos ERPs para indústria permite que diferentes departamentos gerenciem seus módulos, dando mais autonomia aos setores.

Porém, o sistema também unifica a gestão. Isso quer dizer que a diretoria ainda tem total visibilidade do fluxo de trabalho nas fábricas.

E graças à automação, os setores podem definir a realização de tarefas em segundo plano.

Para 95% das empresas que implementaram a solução, de acordo com a Hubspot, isso significou uma melhoria significativa em seus processos corporativos.

Desse modo, os times podem focar nas questões estritamente estratégicas da indústria, enquanto as incontáveis tarefas repetitivas e de pouco valor ficam à cargo da tecnologia.

Principais funcionalidades do ERP para a indústria

As otimizações e melhorias que o sistema de ERP pode oferecer são inúmeras. 

Mas quais são os módulos essenciais do sistema integrado de gestão empresarial voltado às indústrias? Confira a seguir.

Administrativo

No módulo administrativo de um ERP para indústria, você pode gerar propostas comerciais, solicitações e cotações de compra ou venda.

Também controla o seu estoque de forma integrada com as linhas de produção, contabilidade e financeiro.

Financeiro

Neste módulo, você controla as contas a pagar e a receber, realiza conciliações bancárias, gera boletos para os clientes e faz o gerenciamento do seu fluxo de caixa. 

Tudo isso, monitorando sempre os resultados e integrando os processos do financeiro com a contabilidade.

Fiscal & Contábil

Se sua indústria já sofreu com multas devido a erros na entrega das obrigações fiscais, um sistema integrado de gestão empresarial voltado para finanças pode te ajudar com isso. 

Graças à otimização das análises e um maior controle das informações, o sistema emite os documentos contábeis e fiscais exigidos para a entrega do SPED Contábil, Fiscal, REINF e Contribuições.

Vale lembrar que o sistema também realiza de forma automática a emissão das notas fiscais eletrônicas (NF-e).

Manufatura

O ERP para indústria conta com um módulo completo de controle da produção.

Esse módulo ajuda com previsões de venda, define o planejamento e as diretrizes de chão de fábrica com maior eficiência.

Qualidade

O ERP para indústria conta com um módulo de gestão de qualidade, em que é possível verificar as matérias-primas utilizadas no negócio, desde o recebimento até a estocagem e a produção. 

É possível acompanhar os produtos fabricados a partir do controle de lotes, da rastreabilidade e de análises e relatórios automatizados.

Além disso, você pode controlar as rotinas de manutenção, predefinindo ações de manutenção preditiva, corretiva e preventiva.

Principais vantagens de um ERP industrial

Um ERP para indústria é desenvolvido com foco nos processos do setor de manufatura. 

O software está preparado para te ajudar a agilizar e automatizar as tarefas de cada área da sua indústria, com informações constantemente atualizadas e confiáveis.

O software age, por exemplo, na gestão de todo o processo de compras, desde solicitações automáticas até o recebimento dos materiais.

A mesma pesquisa do Hubspot já mencionada perguntou para as empresas as áreas que mais apresentaram ROI após a implementação do ERP.

As três principais respostas foram:

  • TI (40%, redução de custos);
  • Estoque (38%; níveis de estoque reduzidos);
  • Ciclo de produção (35%; redução do tempo de produção).

Outros pontos que podemos citar são:

  • Controle de liberação de compra, com limite orçamentário por centro de custos;
  • Autorização eletrônica de compra por alçadas de valor, trazendo segurança e agilidade ao setor;
  • Redução de custos de estoque por meio de rotinas automatizadas, que identificam as especificações do que deve ser comprado ou produzido;
  • Gerenciamento de pedidos de vendas pendentes, com a geração de ordens de produção por demanda e com liberação automática dos pedidos;
  • Acompanhamento da produção com integração das áreas de estoque, compras, pedidos de vendas e custos;
  • Modelos de relatórios para gerenciamento de necessidades, acompanhamentos e demandas da produção.

O controle sistemático de estoques igualmente tem a ganhar por meio de logísticas de estocagem, reposição de cálculos de custos automáticos.

Tudo isso, atendendo às legislações fiscais federais, estaduais e trabalhistas em todos os processos necessários.

Quando um ERP industrial é indicado?

Hoje, as indústrias estão cada vez mais focadas em otimizar suas operações para gerar maiores margens de lucros, tornar suas entregas mais rentáveis e com maior qualidade.

Tudo em menos tempo, utilizando menos recursos e, por isso, reduzindo custos.

Porém, alcançar tudo isso é um desafio.

Como reduzir sistematicamente os custos e se manter competitivo?

A resposta você já sabe: com um ERP para indústria.

Mas como? Bom, o ERP é um sistema amplo, que ajuda a empresa a conquistar os seguintes objetivos:

  • O ERP industrial melhora a experiência do cliente;
  • O ERP para indústria integra sua cadeia de suprimentos;
  • O ERP industrial melhora a programação da produção;
  • O ERP industrial ajuda você a gerenciar funcionários e outros recursos.

Hoje, as soluções de ERP estão ajudando empresas em vários setores, melhorar sua eficiência e ajudar os gerentes a cumprir as metas organizacionais.

ERP industrial é com a Magistech

Neste conteúdo, te apresentamos todas as características de um ERP para indústria. Eficiência, amplitude de recursos e robustez para lidar com uma operação tão complexa como a de uma indústria.

O sistema de gestão para indústrias da Magistech é projetado para ajudar sua indústria a se consolidar no mercado, crescendo junto com ele.

Uma prova disso é a presença do Magis TI no segmento: são mais de 400 clientes da indústria aproveitando os diferenciais da solução.

Na prática, o Magis TI integra todos os setores da empresa.

Assim, é possível automatizar as linhas de produção (de ponta a ponta), analisar os resultados e a performance produtiva, com uso de ferramentas avançadas.

Tudo isso contribui para a otimização de processos, o que amplia a eficiência operacional do negócio, aumenta sua competitividade e melhora os resultados.

Você sabe quais são as consequências de  não fazer a conciliação  bancária no fluxo caixa?

Você sabe quais são as consequências de não fazer a conciliação bancária no fluxo caixa?

O que é a conciliação bancária? É sinal de que uma empresa acompanha as finanças, comparando as estimativas apontadas pelo financeiro com os lançamentos apresentados no extrato bancário, para compor os saldos reais presentes das contas.

Sem esse comparativo, o seu negócio pode estar exposto a risco de fraude e furos no fluxo de caixa, além de não conseguir fazer projeções para o futuro da empresa.

Não fazer a conciliação bancária indica que a sua gestão financeira não segue estratégias que levam à longevidade da indústria.

Uma das saídas para o problema de compor o saldo financeiro atualizado da empresa é investir em tecnologia, de modo que ela faça a incorporação automática dos extratos bancários ao sistema financeiro.

Isso porque existem consequências de não fazer a conciliação e a sua empresa não precisa sofrer com nenhuma delas.

Veja quais são!

Multas por atraso de pagamento

Não basta supor, é preciso ter certeza de que um pagamento foi efetivado. Mesmo que o controle seja feito de cabeça, há sempre um momento em que a memória falha e dá espaço a controvérsias.

atitudes controvertidas podem gerar multas. Se um pagamento for computado, mas não tiver sido efetivado, o resultado implica em arcar com taxas excedentes causadas pelo engano.

É ao evitar esse tipo de situação que a conciliação bancária contribui com a gestão financeira mais eficiente, afinal nenhum negócio pode se dar ao luxo de perder dinheiro por falta de atenção às finanças.

Não conseguir identificar desvios ou pagamentos indevidos

É preciso ter olhar vigilante a todo o tempo. Sem uma rotina de controle interno, o seu dinheiro pode ir pelo ralo.

Quem nunca pagou duas vezes uma mesma conta? Tentou fazer a transação em um banco pela internet, não conseguiu. Foi para o aplicativo do banco e a transação não se completou. Muitas vezes, a instabilidade na rede pode levar a uma perda financeira.

Isso se a sua empresa não contar com um sistema que faça essa conciliação entre os extratos das instituições financeiras, identificando o código do boleto na lista de débitos das duas contas.

Não saber se há recursos disponíveis para novos investimento

A conciliação bancária ajuda em uma das principais tarefas para o crescimento: o planejamento orçamentário.

Saber quanto a empresa vai ter de despesas ou entradas de capital ao longo do ano, dos meses e até dos dias demonstra maturidade financeira e preparo para enfrentar jornadas de crescimento, mesmo diante do mercado em baixa. Fazer conciliação bancária é, afinal, manter o fluxo de caixa em dia.

Identificar operações de risco

Nem sempre as operações bancárias estão devidamente identificadas. Por isso, é preciso manter sobre elas um histórico que vai muito além do extrato. Quando o fisco bater a sua porta, você precisará responder à qual transação corresponde uma entrada de grande valor na sua empresa.

Todas as operações devem ser identificadas, tais como:

  • Depósitos com mais de 90 dias não vinculados a uma transação;
  • Estornos de cheques que passarem de cinco dias;
  • Retiradas com mais de dois dias, sem indicação de origem.

Não tomar outras atitudes saudáveis para o financeiro

Se a sua empresa faz a conciliação, realiza também a escrituração bancária. Escriturar os movimentos do dinheiro operado na sua empresa pode trazer mais segurança diante do fisco.

Fazer a escrituração vai além de apenas conciliar os dados bancários e as previsões feitas pelo financeiro. Escriturar pressupõe o registro metódico de cada operação que envolva o dinheiro da empresa.

Cuide da gestão financeira da sua indústria. Se o processo manual não dá mais conta, procure soluções confiáveis. A Magistech Sistemas pode lhe ajudar nessa tarefa!

Mercado de Leite e Derivados – Indicadores Julho 2022

Mercado de Leite e Derivados – Indicadores Julho 2022

  • O preço do leite ao produtor registrou novo aumento no pagamento de junho, devido a escassez no mercado. O preço médio nacional pago ao produtor foi de R$ 2,68 por litro.
  • Houve importante melhora na relação de troca leite/mistura, tanto pela alta do leite quanto pela queda do preço do milho. Foram necessários 39,4 litros de leite para aquisição de 60 kg de mistura, contra 48,6 litros observados em junho/21.
  • No varejo, o preço da cesta de lácteos apresentou aumento mensal de 5,7%. Todos os itens pesquisados apresentaram elevação de preço, com destaque para o leite condensado e o leite UHT. Em 12 meses, os lácteos tiveram incremento de 25,4%, ficando acima da inflação oficial brasileira, o IPCA, que acumulou 11,9% em 12 meses.
  • As importações brasileiras de leite alcançaram o equivalente a 83 milhões de litros em junho/22, aumento de 30,2% sobre maio/22. Esse foi o maior volume mensal do ano.
  • As exportações apresentaram decréscimo na comparação com maio/22 e em relação a junho do ano passado. O volume embarcado no último mês foi de apenas 7,8 milhões de litros.
  • O saldo da balança comercial acumulado em 2022 registrou déficit de US$ 135 milhões, com volume equivalente de 270 milhões de litros de leite.
  • Os preços internacionais do leite em pó integral ficaram relativamente estáveis neste início de julho, cotados a US$ 3.961/ tonelada. O leite em pó desnatado, registrou queda e fechou o último leilão GDT em US$ 4.063/ tonelada. Na comparação com o ano passado, ambos estão com preço superior.

Fonte: Boletim Indicadores Leite e Derivados. Ano 13, nº 131 – Julho/2022

CILeite – Indicadores do mercado de leite em junho

CILeite – Indicadores do mercado de leite em junho

Preços dos lácteos registram alta mais acentuada no mercado atacadista

Os preços dos derivados lácteos no mercado atacadista tiveram elevação mais acentuada no mês de junho. O forte incremento nos custos de produção nos últimos anos culminou em queda recorde da oferta de leite, que juntamente com a entressafra, provocou escassez no mercado. Alguns laticínios fecharam unidades fabris e outros têm trabalho com maior ociosidade. A procura por leite por parte da indústria ocasionou elevação nos preços ao produtor, que vinha amargando um longo período de rentabilidade comprometida. Os repasses estão chegando na mesa do consumidor, que sente os impactos desta alta de preços.

Em linha com atacado, Conseleites indicam alta nos preços

Em junho/22, o preço do leite ao produtor registrou elevação na comparação com o mês anterior. Para o pagamento de julho, os Conseleites indicaram alta, acompanhando a elevação dos preços no mercado atacadista e no Spot. Essa alta chega em um momento de baixa rentabilidade do produtor e vai proporcionar recuperação das margens.

Milho tem nova queda e reduz pressão de custo ao pecuarista

Os preços internos do milho tiveram nova queda em junho, estimulada por um avanço na colheita da safrinha e maior ritmo de comercialização. No mercado de soja, após preços mais fraco no início de junho, houve elevação nas cotações na segunda quinzena, sustentado por um dólar mais valorizado e mercado internacional altista. No mercado pecuário, as cotações do boi registraram ligeira alta ao longo do mês de junho, mas fechou abaixo de maio, com uma demanda interna mais fraca, a despeito do bom volume de exportação. A escala de abate também alongou no final do mês, segurando os preços.

Fonte: Informativo mensal produzido pelo Centro de Inteligência do Leite da Embrapa Gado de Leite.

Nota de Conjuntura CILeite – Mercado de leite e derivados / Junho 2022

Nota de Conjuntura CILeite – Mercado de leite e derivados / Junho 2022

A oferta de lácteos dos principais exportadores mundiais tem diminuído ao longo do ano de 2022, o que ajuda a explicar os preços dessas commodities em patamares elevados. No leilão GDT de 07 de maio o preço da manteiga foi negociado a US$6.068, queijo a US$5.365 e o leite em pó integral a US$4.158 a tonelada. Por outro lado, a China, o maior importador de lácteos, reduziu suas importações da maioria dos produtos, a exceção do leite em pó integral que está 6.9% acima na comparação janeiro-abril de 2021 e 2022.

Para os mercados de milho e soja, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos projeta um crescimento de 12,32% na produção mundial da soja, com destaque para a América do Sul (Brasil 18,25% e Argentina 17.51%). Para o milho, as projeções indicam redução na produção mundial da ordem de 2.5%, com menor oferta dos Estados Unidos, União Europeia e Ucrânia. No entanto, há projeções de aumento da produção na América do Sul (Brasil 8.62% e Argentina 3,77%). A menor oferta de milho no mundo tende a manter as cotações mais elevadas, dependendo da pressão compradora dos grandes importadores. Para o caso brasileiro, a produção tanto do milho como da soja pode trazer melhora nos custos de produção do leite, desde que não haja aceleração das exportações. O Brasil, certamente, será chamado a compensar as reduções de oferta previstas de outros grandes players do mercado.

Os custos de produção de leite, medido pelo ICPLeite/Embrapa, registrou aumento de 16.6% em relação a maio de 2021 e recuo de 1,4% em maio desse ano. O recuo foi devido à desaceleração nos preços dos concentrados, volumosos, energia e combustíveis.

Diante do cenário desafiador de 2022, a produção brasileira de leite teve queda recorde no primeiro trimestre de 2022, de 10,3% na comparação com o primeiro trimestre de 2021, segundo o IBGE. O anuncio da redução na captação do leite teve impacto imediato no mercado, iniciando uma acirrada disputa pelo produto, com reflexo no valor do preço do leite spot, que superou os R$4,0/litro.

Em que pese a fraca demanda por produtos lácteos, advinda do alto desemprego, redução do poder de compra dos salários pela inflação e elevado endividamento e inadimplência das famílias, a oferta parece fraca o suficiente para pressionar os preços. A exemplo, nos últimos 12 meses até maio o leite UHT ao consumidor subiu 29,3%, os queijos 17,4%, manteiga 12,4% e iogurte 20,4%, todos com alta acima da inflação, medida pelo IPCA em 11,7%.

Mas esses aumentos, parecem ajustes das apertadas margens que o setor enfrenta. A Figura 1 mostra o spread do queijo muçarela sobre o preço do leite ao produtor, com margem inferior a R$1.00 por litro de leite utilizado em sua confecção. Essa margem é a existente para fazer frente aos demais custos (mão-de-obra; energia; logística; embalagens; outros ingredientes e etc). Se considerarmos ainda o custo de longo prazo, onde as depreciações diversas são consideradas, é provável, dependendo da eficiência industrial e da escala de produção, que diversos laticínios estejam trabalhando com margens reduzidíssimas ou mesmo negativas. E este cenário se aplica também para outros derivados, como o leite em pó. Essa desafiadora conjuntura mostra que caminhos como a exportação, parcerias estratégicas, fusões e aquisições para ganhos de escala e escopo precisam ser consideradas pelo setor, notadamente nesse cenário de consolidação em andamento.

Mercado de Leite e Derivados – Junho 2022

Mercado de Leite e Derivados – Junho 2022

  • O preço do leite ao produtor registrou novo aumento no pagamento de maio, em função ainda de menor oferta de leite. O preço médio nacional pago ao produtor foi de R$ 2,54 por litro.
  • Houve importante melhora na relação de troca leite/mistura. Foram necessários 42,6 litros de leite para aquisição de 60 kg de mistura, contra 57,2 litros observados em maio/21.
  • No varejo, o preço da cesta de lácteos apresentou aumento mensal de 3,4%. Todos os itens pesquisados apresentaram elevação de preço, com destaque para o leite condensado e o leite UHT. Em 12 meses, leite e derivados tiveram os preços majorados em 21,3%, ficando acima da inflação oficial brasileira, o IPCA, que acumulou 11,7% em 12 meses.

  • As importações brasileiras de leite alcançaram o equivalente a 64 milhões de litros em maio/22, aumento de 52,2% sobre abril/22. Em relação a maio/21, o acréscimo foi de 10,0%.
  • As exportações apresentaram decréscimo de 48,2% em maio/22 na comparação com abril/22, com um volume equivalente de 11 milhões de litros. Em relação a maio/21 a queda foi de 34,2%.
  • O saldo da balança comercial acumulado em 2022 registrou déficit de US$ 93,0 milhões, com volume equivalente de 195 milhões de litros de leite.
  • Os preços internacionais tiveram pequena valorização em junho/22, com o leite em pó integral cotado a US$ 3.934/ t, valor próximo ao do mês anterior. O leite em pó desnatado, atingiu US$ 4.240/ t, um aumento de 3% em relação a maio/22.

Fonte: Boletim CILeite – Indicadores Leite e Derivados. Ano 13, nº 130 – Junho/2022